Climatério

O termo climatério surgiu de palavra derivada do grego, “climakter”, que significa “ponto crítico da vida humana”. Foi usada pela primeira vez por Andrew Marvell e Sir Thomas Browne, escritores ingleses do século XVII, para indicar o estado crítico na vida de uma pessoa. Podemos dizer que descreve a transição fisiológica do período reprodutivo para o não reprodutivo na mulher. O período do climatério abrange a menopausa, que ocorre com a última menstruação espontânea.

Aplica-se para a fase de transição entre o período de funcionamento pleno dos ovários e a parada na produção dos hormônios; dura muitos anos, iniciando-se em nossas mulheres por volta dos 35 anos e encerrando-se entre 60 a 65 anos, quando dará espaço à senilidade. Portanto o início de diminuição hormonal ocorre por volta dos 25 anos, ou seja, um terço de suas vidas, já que a menopausa inicia-se por volta dos 50 anos.

Fases

• Pré-menopausa (dos 35 aos 48 anos)
• Perimenopausa (dos 45 aos 50 anos)
• Menopausa (por volta dos 48 anos)
• Pós-menopausa (dos 48 aos 65 anos)

Diferente dos homens, cuja produção hormonal dos testículos se modifica com o envelhecimento, mas nunca se encerra; a interrupção do funcionamento dos ovários acontece porque as estruturas (folículos e corpo lúteo) que produzem os hormônios existem em número limitado para cada mulher, uma vez que foram desenvolvidas ainda quando essas mulheres estavam sendo geradas no útero de suas mães.

Sintomas

Os sintomas biológicos mais comuns dessa fase são: ondas de calor (Fogachos), suores, dores de cabeça, tontura, insônia, sangramentos menstruais irregulares e progressiva, atrofia com ressecamento da vagina. Além desses existem alguns sintomas psicológicos que podem ser resumidos como mudanças na estabilidade psíquica da mulher, fazendo com que ela fique agressiva, tensa, deprimida e propiciando enfrentar sucessivas crises existenciais; no climatério é comum a diminuição do interesse sexual.

É óbvio perceber que os fenômenos biológicos contribuirão para acentuar aqueles psicológicos e vice-versa. O período do climatério é vivido de maneira diferente por mulheres diferentes, vivendo em situações diversas, pois se trata de fenômeno biológico e sócio-cultural.

A condição de saúde individual enfrentada pela mulher no período climatérico será um reflexo dos conceitos culturais internalizados e das experiencias realizadas durante toda sua vida. Também será fator relevante nesse período sua condição de saúde e nutrição. O hábito alimentar saudável deveria ser instituido desde os primeiros anos de vida, mas especificamente nessa fase da vida, a dieta tem papel marcante tanto pelos benefícios que podem fornecer no sentido de respeitar suas mudanças metabólicas, quanto por ser fundamental para contribuir na manutenção do peso corporal, colaborando para melhora na auto-estima, menor risco de doenças cardiovasculares e osteoporose.

Tratamento

No atual estado do conhecimento, parece que o mais justo e adequado para mulheres climatéricas é a prescrição de Hormônios para correção dos sintomas do climatério: desaparecem os fogachos, o trofismo vaginal recupera-se, melhora a qualidade do sono e ela consegue retomaar sua estabilidade psíquica. Também é fato conhecido que o uso de terapia hormonal no climatério reduz a perda óssea dessa fase, prevenindo a osteoporose pós-menopausal, além de melhorar as condições de trofismo urogenital e da pele como um todo.

Desde que as mulheres previamente avaliadas não existam contra-indicações de uso desses hormônios (risco elevado de câncer hormônio-dependente, como de endométrio e de mama; risco elevado de tromboembolismo e disfunções clínicas como hipertensão arterial grave e diabetes mellitus descompensada). Também se considera que o tempo de uso desses hormônios não deve ser superior a 5 anos e as dosagens usadas devem ser as menores possíveis.